Impressionante: descoberta mostra que o Sol cria água através de seus ventos solares


26/03/15 - Além disso, as moléculas são entregues constantemente em todos os corpos do Sistema Solar

O vento solar pode formar água na poeira interplanetária, acrescentando ainda mais ingredientes para a "sopa primordial" que deu origem à vida na Terra, dizem cientistas.

Na Terra, há vida em praticamente todo lugar que tenha água. Pesquisas anteriores sugerem que grande parte dessa água tenha vindo parar na Terra através dos cometas, quando o nosso planeta era bombardeado constantemente há bilhões de anos. Agora, os cientistas sugerem que existe outra fonte de água no espaço, e quando dizem "espaço", eles querem dizer o meio interplanetário. O fluxo contínuo de partículas carregadas do Sol, o vento solar, pode ser responsável por grande parte dessa água...

Este vento consiste principalmente de prótons, os núcleos carregados positivamente de átomos de hidrogênio, que ao colidirem contra as partículas de oxigênio e minerais conhecidos como silicatos, poderia a princípio, formar moléculas de água.

A criação da água através do vento solar poderia ajudar a explicar a presença de água na Lua e em asteróides. O vento solar também poderia facilmente formar água na poeira interplanetária, que por sua vez, seria responsável por um tipo de chuva de água na Terra e em outros planetas rochosos.

"A poeira interplanetária vem parar na Terra e em outros corpos do Sistema Solar constantemente", comenta Hope Ishii, cientista na Universidade do Havaí. Atualmente, a Terra recebe cerca de 30 a 40 mil toneladas de poeira interplanetária por ano. Acredita-se ainda que esse valor era muito maior quando a Terra era mais jovem, há alguns bilhões de anos, época em que a poeira do Sistema Solar era muito mais densa e esparsa.

Outro fato intrigante é que a poeira interplanetária possui uma quantidade maior de moléculas orgânicas e carregadas de carbono do que qualquer classe de meteoritos já conhecidos. Segundo Ishii, essa poeira pode ter agido como uma chuva contínua de água e outros compostos orgânicos necessários para a eventual origem da vida.

Hope Ishii cientista
Hope Ishii, cientista da Universidade do Havaí, responsável
pela descoberta de moléculas de água produzidas pelo
vento solar e presente na poeira interplanetária.
Créditos: Univ. Havaí / Ishii
Esse assunto sempre foi muito controverso no meio científico, uma vez que a quantidade de água do vento solar era muito pequena para ser detectada. Mas agora, a cientista mostrou que a produção de água no vento solar realmente acontece, e tudo isso foi descoberto "sem querer"...

Os cientistas analisaram a poeira interplanetária que foi coletada na estratosfera da Terra, a uma altitude de 20 km, região completamente seca. Na verdade, eles estavam à procura de hélio. Ao analisarem as partículas de poeira utilizando um microscópio eletrônico de correção de aberração (numa escala de nanômetros), os pesquisadores acabaram detectando água na superfície dessas pequenas partículas.

"Nós mostramos ao mundo pela primeira vez, que a água e outros produtos orgânicos estão juntos na poeira interplanetária, proveniente do vento solar", comenta Ishii. Essa descoberta tem implicações diretas para a perspectiva de vida fora da Terra, afinal, se os ingredientes básicos da vida estão soltos no espaço, e são entregues diariamente em todos os corpos do Sistema Solar, as chances da vida existir em outros planetas acaba sendo muito maior.

Os pesquisadores disseram ainda que avaliar a quantidade de água da Terra proveniente do vento solar é um atarefa muito difícil, isso porque os cientistas não sabem exatamente o quão grande era a área de superfície da poeira interplanetária no passado. Também não sabemos exatamente qual foi a quantidade de poeira interplanetária que caiu na Terra durante seus primórdios, entre outras complicações...

Segundo Ishii, não podemos afirmar que a poeira interplanetária foi a responsável pelos oceanos da Terra, mas seu efeito cumulativo e contínuo provavelmente foi muito significativo. A descoberta foi publicada no jornal Proceedings of The National Academy of Sciences.

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