VÍDEO. Um conjunto de píxeis luminosos que atravessa o ecrã durante seis segundos. É o planeta Beta Pictoris b, a 60 anos-luz da Terra.
Observar um planeta em órbita de outro sol não é fácil. Por muito grande que aquele seja, a luminosidade da estrela é sempre tão grande que a imagem do planeta fica literalmente escondida pela luz.
Por isso, os astrónomos "caçadores de planetas" detetam a presença destes astros através de processos indiretos, como pequenas variações na luminosidade observada (no fundo, medem a pequena sombra do planeta quando este passa à frente do seu sol) ou as mínimas oscilações na posição da estrela relativamente ao fundo cósmico, provocada pela ação gravitacional do planeta em órbita.
São assim muito raras as observações diretas um planteta fora do nosso sistema solar. Mas uma equipa de astrónomos da Universidade de Toronto conseguiu pela primeira vez fazê-lo com uma razoável definição. O conjunto de imagens que captaram foram reunidas num vídeo publicado esta semana na Internet e que reproduzimos nesta página.
A 60 anos-luz de distância da Terra - ou seja, tão longe que a luz, a atravessar o espaço a 300 mil quilómetros por segundo, demora 60 anos a chegar até nós - o Beta Pictoris b é um gigante de gás, com 10 a 12 vezes a massa de Júpiter, o gigante do Sistema Solar.
A sua luminosidade, no entanto, é um milhão de vezes inferior à da sua estrela, o que complica (e muito) a captura das fotos.
A equipa de astrónomos liderada por Maxwell Millar-Blanchaer utilizou o novo Gemini Planet Imager, um ultrasensível instrumento instalado no telescópio Gemini do Sul, no Chile, que tem um sistema capaz de se adaptar para compensar a distorção ótica provocada pela atmosfera da Terra. É ainda utilizada uma máscara para bloquear a luz da estrela e revelar assim o reflexo do planeta em órbita.
Fonte: DN
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