Satélites artificiais são capazes de aproveitar melhor a energia do Sol, que chega até estes fora da proteção da nossa atmosfera. Mas e se pudéssemos transmitir essa energia solar para a Terra? Essa ideia de ficção científica pode ser uma realidade mais cedo do que se imagina.
Isto porque cientistas japoneses fizeram um importante avanço na transmissão de energia sem fios. Investigadores usaram micro-ondas para levar 1,8 quilowatts de energia através do ar para um receptor a 55 metros de distância.
Pode não parecer muito, mas é importante porque foi feito com um alto grau de precisão: a energia atingiu «um pequeno alvo, utilizando um delicado dispositivo para controlo da directividade» – neste caso, 55 metros é uma distância considerável.
Primeiro, os cientistas converteram o sinal eléctrico para micro-ondas; depois transmitiram-nas para um receptor remoto; e, finalmente, converteram-nas de volta em electrões.
Talvez lembre a clássica experiência de Nikola Tesla na viragem do século XX: usou dois transformadores ressonantes – hoje chamados de «bobinas de Tesla» – para transmitir energia a até 90 metros de distância. O método usado por ele é diferente dos japoneses, não tem a mesma precisão e não é ideal para transmitir energia por longas distâncias – algo provado por experiências nos últimos 110 anos.
O nível de precisão alcançado pelos japoneses é crucial, porque as micro-ondas podem ser usadas no desenvolvimento de colectores solares no espaço, que transmitiriam energia para a superfície da Terra.
A Agência de Exploração Aeroespacial do Japão (JAXA) tem estado a trabalhar no problema de colectores solares espaciais há anos. E espera um dia encher o céu com painéis solares, que podem absorver a energia do sol independentemente das condições meteorológicas, e enviá-la para nós na forma de radiação micro-ondas.
Ainda vai demorar algumas décadas até que essa tecnologia exista, mas se queremos reduzir drasticamente a dependência mundial de combustíveis fósseis, apostar mais forte no sol é, provavelmente, uma das melhores opções que temos.
Fonte: DD
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