Os cientistas da Imperial College London desenvolveram uma espécie de braço robótico que permite ao utilizador realizar tarefas apenas com o movimento dos próprios olhos.
Em vez de responder simplesmente a uma programação informática, o braço robótico está ligado a um sensor que acompanha o movimento dos olhos do utilizador.
A tecnologia, segundo os investigadores, demonstra o potencial do uso de robôs para prolongar o leque de habilidades e de tarefas simultâneas que um humano pode desempenhar.
Concretamente, a equipa disse que na quarta-feira, num episódio que poderá muito bem ser inédito na História, uma cientista conseguiu pintar um quadro... enquanto pegava numa chávena de café com uma mão e num croissant com a outra.
Segundo relatou Sabine Dziemian, estudante em pós-graduação, o intuitivo programa permitiu-lhe comer enquanto realizava com precisão outra tarefa.
«Em geral, é muito intituivo porque eu não tenho que pensar sobre os comandos ou algo assim. Eu simplesmente penso onde quero desenhar a próxima linha e que cor quero utilizar. E ao pensar isso, geralmente olho para a cor, então o braço vai buscá-la porque detecta o meu movimento dos olhos e tem as coordenadas para ir lá directamente. De modo que não tenho que pensar muito enquanto o controlo», referiu a investigadora.
A «pintura» de Sabine é assumidamente rudimentar, mas vem provar o potencial da aplicação, no dia-a-dia, desta tecnologia, resultado dos esforços da equipa liderada pelo doutor Aldo Faisal, do Departamento de Computação e Bioengenharia da faculdade.
Imagine, por exemplo, pegar num bebé ao colo enquanto prepara a sua comida ou o biberão. Imagine, ainda, o impacto que o sistema pode ter na vida de um doente com Parkinson ou outros padecimentos que afectam a coordenação motora, como a debilitante esclerose múltipla.
«Não estamos a falar de apenas restaurar o corpo, mas de realmente aumentar as capacidades do corpo», sublinhou Faisal.
«Portanto, estamos a desenvolver tecnologia que não é só útil a restabelecer a habilidade de nos mexermos, é também capaz de dar a pessoas normais um par de mãos extra, ou um par de braços extra», frisou. «É todo um mundo de novas possibilidades».
Para o responsável, algumas das grandes vantagens desta tecnologia é que, comparando com outras semelhantes, é muito menos invasiva (ao cérebro) e muito menos dispendiosa.
«As cirurgias caríssimas, arriscadas e invasivas não precisam de acontecer [com este sistema]», apontou.
«Estamos a seguir uma aproximação não-invasiva em que não temos que inserir a tecnologia na cabeça, podemos simplesmente tirar e pôr como se fosse um par de óculos».
Fonte: DD
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