Cientistas descobrem novo ancestral humano: fóssil de 11,6 milhões de anos poderia ser o último membro comum dos primatas

Os cientistas descobriram uma nova espécie de macaco pequeno, que pode ter sido o último ancestral comum entre humanos, chimpanzés e gibões.
Nomeado de Pliobates cataloniae, a espécie existia há cerca de 14 milhões de anos, antes da divisão evolutiva entre hominídeos e primatas.
A descoberta preenche uma lacuna no registro fóssil, sugerindo que a raiz da árvore evolutiva da família primata evoluiu de uma criatura muito menor do que se acreditava anteriormente. Existem coletivamente conhecidos como Hylobatidae, os hominídeos incluem grandes símios como orangotangos, gorilas e chimpanzés. Junto com os humanos, eles pertencem à família Hominidae.
Pliobates cataloniae teria características dos grupos de primatas e de hominídeos, sugerindo que foi um dos nossos últimos ancestrais comuns. O esqueleto parcial que levou ao anúncio foi descoberto durante a construção de um aterro sanitário, em Barcelona, ​​na Espanha, composto por 70 fósseis datados de 11,6 milhões de anos. Os restos mortais estavam tão fragmentados que os cientistas basearam-se em uma reconstrução virtual por uma tomografia computadorizada de alta resolução.
Assim, os cientistas descobriram que os fósseis pertenciam a uma fêmea adulta que pesava entre 4 kg e 5 kg. Ou seja, as espécies possuíam tamanho semelhante a um gibão. Apelidada de Laia, seu crânio e algumas partes do seu esqueleto pós-craniano também eram semelhantes aos gibões atuais. Mas, a anatomia do braço, especificamente os ossos do pulso e da articulação entre o úmero e rádio, tinham o formato básico de hominídeos.
Com base em marcas microscópicas nos dentes, os pesquisadores acreditam que Laia havia consumido frutos vermelhos. Outra característica estranha era o canal ósseo da orelha, que não é visto em hominídeos vivos. Suas orelhas, no entanto, são semelhantes a uma família extinta de primatas chamados Pliopithecus. Como resultado, alguns cientistas acreditam que a nova espécie possa pertencer a este grupo.
"Esta descoberta fóssil está fornecendo um capítulo que faltava para o início da era de conversão entre os macacos e a história humana", disse Sergio Almécija, professor assistente de antropologia na Universidade George Washington. "Esta nova espécie nos diz que pequenos e grandes macacos podem ter coexistido desde a origem dos primatas. Alternativamente, Pliobates pode indicar que os grandes símios evoluíram a partir de ancestrais do tamanho de um gibão”, completou.
Os antropólogos acreditavam que os grandes primatas existiam antes de pequenos macacos, principalmente devido à falta de registro fóssil. "Estes restos pertencem claramente a um macaco, mas eles são muito pequenos. Então percebemos que talvez estivéssemos olhando para isso da maneira errada. Talvez alguns ancestrais símios primitivos eram menores do que pensávamos", disse o Dr. Almécija.

Fonte: jornalciencia
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